Da boa sorte sei,sou duro adversário
No desdobro de cada ano que se finda
A humanidade a me fazer de otário
E eu cada vez dançando na berlinda...
Esse é indubitavelmente o meu calvário
Mas aos trancos e barrancos vou em frente ainda
Com a consciência que não chego ao centenário
Vivendo o pouco que resta nessa marcha infinda!
Poetando e cantando eis o meu único e real consolo
Vestido nessa fantasia enfardada de um velho tolo
Querendo concertar o mundo destruindo o mal!
Será que pensei e agi errado camarada dê sua opinião
Condenei o crime ,o egoísmo e até a força destruidora do canhão
Recebendo das mulheres pelas costas o fio lancinante do punhal!
Do livro em preparo:ENQUANTO FUI POR AI
Rio de Janeiro,09 de outubro de 1966
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