sábado, 29 de novembro de 2008

Vale a pena relembrar um caso que ocorreu com Nonô Gato
Ia lutar box com Quebra Queixo ali na esquina que vai para o Hospital
Os alunos da Escola de Comércio tiveram legítima participação no fato
Ajudando meter bambu, ripa e caibro no "estranjeiro" que era bom profissional

Nonô apanhando deu rabo de arraia, pernada naquele ringue improvisado
(desaforo esse cara bater em gente nossa gritava alto o incentivador)
daí que Morethsson entrou em cena senão o Quebra seria massacrado
Creio que dessa pancadaria feia até hoje deve estar sentindo dor

Acho que foi milagre Morethsson entrar logo naquela linha de frente
Contendo na marra também a agressividade tupiniquim da gente
Que de regra de luta box confesso ninguém sabia explicar nada

sempre brinquei com Nonô cobrando dele minha participação
Se Quebra Queixo morresse até hoje garanto tinha estudante na prisão
Por isso fotografo em versos aquela estúpida cena para ser lembrada!


Em memória de João Guimarães, fotográfo e ex-vereador Nonô Gato, como tributo a uma velha amizade.

Olavo o carteiro sem juízo

Olavo é irmão do padre Oswaldo e trabalhava no Correio
Vinha da Cidade para o Bairro com a bolsa cheia de correspondência
Ninguém esperava que ele fosse capaz de agir de modo feio
Pra diminuir o peso decidiu encher um buraco de cartas por conveniência

Carta de minha namorada não chegava mais e aí tive o pior receio
Já pensava até em arranjar outra por que isso me machucava a paciência
A população já andava desconfiando de maracutaia pelo meio
Por isso a campana no carteiro foi comprovada com rara eficiência

Descobri tudo e levei minha Professora Assumpção lá na beira do rio
Junto a Ponte de Ferro tinha carta de namorada, comércio, avó, amante, aderente e tio
E Assumpçao era diretora geral do correio e aí meteu sem dó a pua

Naquele tempo não existia essa porqueira de se safar com jeitinho
A solução veio logo pesando na cacunda de Sêo Olavinho
Pé no traseiro gordo que ele foi de vez catar cavaco no olho da rua!!


Helio Schiavo

PS: Do livro em preparo " Minha velha Ponte Nova", aproveito a ocasião para prestar um registro de memoráveis tempos de minha infância. Nessa poesia, tributo à minha primeira alcacoetagem, relembro a molecagem do carteiro Olavinho e a justa atitude da saudosa professora Maria Assumpção de Oliveira, minha mestra de francês na Escola Técnica de Comércio Pontenovense nos idos de 1950.

Quando a sorte amarga judia nosso sentimento
Como se a gente fosse impotente sem poder ajudar
Aparece através da Bondade Divina o fortalecimento
E mesmo à distância nossa mão é estendida e pode aliviar

Lá em santa Catarina a natureza rebelde trouxe sofrimento
Cenas dramástica arrancando lágrimas em cada olhar
Mas nosso povo é povo bom unido e coeso com despreendimento
Formou a corrente pra frente e aquela tristeza dura teve que acabar

Doações de todo o país e as Forças Amadas ali chegou depressa
É o pátrio atendimento cívico é onde a Nação grandiosa começa
Tendo cada um de nós a alegria do cumprimento do dever

Vem de longe a frase que resume tudo porque ficou na História
Do grande Abraão Lincoln o poeta retira da memória:
Quem não vive para servir, realmente, não serve para viver!

sábado, 22 de novembro de 2008

Tributo ao Almirante Negro


O marinheiro João Cândido, conhecido pelo Almirante Negro, escoltado para a prisão.


Tive o privilégio de conhecer o Almirante Negro lá no Entreposto
Já velho e qalquebrado vinha de São João do Meriti com os filhos
Era madrugada alta e lá estava com a dignidade estampada no rosto
O cabra-macho contra a Chibata na Marinha rasgando novos trilhos

Recebe agora merecida estátua na Praça XV mesmo feita com muito gosto
Lula decerra a placa e o país reconhece a rebeldia sem patriotada e impecilho
Quando levantou a Esquadra na Guanabara e o Almirantado pensava que era encosto
Ia fazer história contra a tirania e preconceito na ORDEM E PROGRESSO com mais brilho

João Cândido espelho da coragem ensinando brasileiros a amar este país
Defendo o patrimônio nativo com garra afim de eternizar o civismo e raíz
A despeito de mensalões, peculatos e politicanalhada no ralo sujo da impunidade

Agora somo potência imbatível merecendo do mundo o melhor conceito
Valorizando como agora os heróis que não tiveram a seu tempo medalha no peito
Não esquecendo pois o preço de sangue nesse tributo de nossa liberdade!

Hélio Schiavo
22/11/2008

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Fogo na Chapada Diamantina

foto: Maris Stella Schiavo Novaes


foto: jornal A Tarde


Não mais que de repente uma maldita bituca provoca bagaceira
O sol ardente se esvai no horizonte talvez fugindo pra não ver o pior
Começa a aparecer a fumaça crescente da incontrolável fogueira
Então o flagelo se agiganta deixando apenas cinzas ao redor!

O homem é impontente nessa repetição anual que se sabe de cor
Basta a seca inclemente e o sol numa espontânea combustão na cabeceira
Que a fome e miséria ao sertanejo chega cantando em dó maior
Como rotina do mal causando flagelo a toda família catingueira

Mas DEUS envia na hora certa a chuva benfazeja
Ao ouvir tantas preces que ecoaram com fé dentro da igreja
Que o rosto daquela gente tão agradecida logo se ilumina...

A vida começa a voltar o ar é leve e puro o verde tão sumido reaparece
Será efeito da gratidão do Alto para compensar tanto calor da prece
Que o mundo volta a ver a imensurável beleza da Chapada Diamantina!

Hélio Schiavo
20/11/2008




terça-feira, 18 de novembro de 2008

Por que anistiar Jango???

Por que anistiar Jango se ele não teve culpa no cartório
foi patriota se afastando do Poder evitando guerra civil
A quartelada de 64 teve prosópopeia cabrestada e falatório
Não passando no apagar das luzes como o mais extenso 1º de abril

Obedeceram ordens do Adido Walter depois do "consistório"
Jamais seríamos república sindicalista que esse alguém previu
Submissos à América, iam tomando a benção lá no escritório
Desconhecendo tanto o sacríficio dos heróis na essência histórica do Brasil

A comprometida direita radical queria o poder a qualquer custo
Jango pagou sem dever esse tributo escabroso e injusto
Quando expulsaram e tripudiaram as melhores inteligências do país

Por isso acho, como testemunha ocular do imbroglio e da mixórdia
Que isso é devolver à família a corda depois que agiram sem misericórdia
Como se fosse um diploma sem assinatura que dão àquele analfabeto infeliz!!


Vitória da Conquista 18/11/2008

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Padre Antônio, O santo de Urucânia- MG



A horda humana chegava célere de todo canto do mundo
Aquele povo espremido regorgitava de fé à espera da graça
Padre Antônio e o sacristão fiel entoam cântico mavioso e fecundo
E a augusta presença da santa culminava o êxtase reflorindo a praça!

Naquele instante um santo exorcizava atos do demônio imundo
O agente do mal não tinha mais força alguma pra fazer desgraça
Acolitado pelo Sêo Dico, Padre Antônio reavivando a fé no símbolo profundo
Que marca a superioridade de nossa gente como povo sublimando a raça!

O tempo se foi e o poeta registra aos pósteros tudo como de fato aconteceu
A vida trocou de cenário e hoje a grande esperança ainda repassa
Porque Nossa Senhora dos Humildes quer o nosso mundo cada vez melhor...

Essa é por certo a Mensagem pura que um dia Ela nos deu
Como agora Senhor na aparição estampada em simples vidraça
Onde o bem há de vencer porque só de Deus nos vem a força maior!


Hélio Schiavo

Rio de Janeiro, 16 de julho de 2005