domingo, 26 de outubro de 2014

Um triste registro da história social carioca

Para ninguém nunca esquecer, Luciana de Novaes era estudante da Faculdade Estácio de Sá e foi vítima de bala perdida dentro do campus ficando tetraplégica. Sensbilizado por esta lamentável rotina carioca à época, o poeta registrou seu protesto.

Vai firme Sêo Cornélio

Vou fazendo via-sacra
Pelos botecos da cidade
Tomando uma boa
Com salgadinho e limão
Pra não dizer que não usei sinceridade
Embarco nessa canoa
Minha nega Conceição
Naquele tempo a mulher tinha respeito
Não andava faiscando direito
Para com o macho se igualar
Até me lembro embora longe o tempo vai
Que mamãe pela lei do papai
Não ia na venda comprar
Hoje a mulher quer mandar mais
Querendo direitos iguais
E o mundo virou uma Torre de Babel
A mulher não há quem a prenda no lar
E qualquer dia a gente vai achar
A cama da gente em quarto de motel

Hélio Schiavo

Ponte Nova, 27 de agosto de 1981

Crônica: A morte de Roberto Rivelino


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Já pensou nisso???

Como exemplo o rico, pobre coitado
Tantas vezes por aí foi corneado
Cuja mulher parece, vitrine de butique
Cheia de botox fajuto no aplique
Fingindo pra si mesmo que é feliz
Que mundos e fundos no estranjeiro
Tem na abastança do dinheiro
Depois de saquear quase todo país
Daí eu penso
Se o sol nasceu pra todos
A sombra é pra quem merece
Por causa do desamor
O ser humano padece!...

Helio Schiavo

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Comparações

No meu rancho de pau à pique
Não tem mumunha e trambique
Ganho com má transação...
Sou homem realizador
Isento até de pecado
No caminho de cristão!
Procuro ser modesto e pacato
Não jogando a sorte no mato
Movido pela ambição
para mim não existe entrave
Quem morre não leva a chave
Com que fecharam o caixão!
Mas, agora infelizmente
Lamento dizer a tanta gente
O efeito de algumas comparações
Veja pois se você descobre
Que tem cabra se matando pelo cobre
No sonho de perdidas ilusões!

Helio Schiavo

Vitória da Conquista, primavera de 2014

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Espelho do Velho Chico não retrata a vida não!

Já beirando os 80, pois, nasci em 09 de outubro de 1935, nas entrelinhas dessa crônica simples, deixo o registrado que assisti hoje na TV uma notícia que me causou profundo desgosto, mas, que infelizmente, já me anunciava o desfecho há mais de cinquenta anos. A nascente do Rio São Francisco completamente seca! Que triste informação, que dolorosa constatação! 

Nas minhas andanças por este Brasil imenso, incontáveis vezes, deparei-me com o trânsito indevido e incessante de caminhões carvoeiros abastecendo os fornos das indústrias.  Já causava-me indignação tal ocorrência de desrespeito e descaso com a natureza. Preocupava-me sobretudo, que nesse país do descaso, as matas não seriam replantadas. De fato, gerações e gerações de brasileiros nasceram e cresceram sem terem visto repostas as árvores arrancadas para alimentar caldeiras de um capitalismo selvagem destruindo tudo à sua frente tendo no discurso do progresso a implantação de uma cultura consumista e irresponsável. 

No Vale do Aço, em Volta Redonda e tantos parques industriais Brasil afora consumiram-se florestas inteiras, assorearam e mataram rios, expulsaram os ribeirinhos para favelizar a cidade grande. E tudo ocorrendo às expensas do governo que recolhe os impostos e pouco se importa com as consequências. Torno público versos de minha autoria cujo título "Espelho do velho Chico", em forma de baião, foi escrita em decorrência desse protesto vendo os caminhões levando para as indústrias o carvão das matas ciliares. Esse crime contra a natureza, teve agora sua consequência trágica. Para tristeza nossa, presenciamos os estertores de uma potência hídrica reduzida à zero pela ganância e pelo desgoverno. Sim, realmente o espelho do velho Chico não retrata a vida não, o que já nos custa muito caro. E pior ainda ficará para as novas gerações, lamentavelmente. Na minha angústia, a cinquenta anos já cantava assim:

O Rio São Francisco
Encheu de verdade
Inundou nossas vilas, arraiais e cidades
Gaiola não desceu
Gaiola não subiu

Foi verdade 'Sêo' moço 
Esses 'zóios' viu (2x)

Olha o velho Chicão
É costela só
Machado e judiação
Fizeram caminhos de pó

Não deixe fazer machado
Jogue fora esse facão
Pra não ver caboclo triste
Nas barrancas do Chicão

Pra não ver caboclo triste
Nas barrancas do Chicão
Jogue fora esse machado
Não deixe fazer facão

Os matos de cabeceira
Cortaram sem compaixão
Matando peixe no rio
Acabando a criação
Cuidem da ecologia 
Enquanto  é tempo
Meu irmão

É o Espinhaço dobrado
Na força da destruição
Por isso de peito aberto
Eu grito contra o deserto
Que envergonha essa nação

Ê,ê, ê, ê meu irmão 
Espelho do velho Chico
Não retrata e vida não (repete o verso)

Helio Schiavo

Ponte Nova, há mais de cinquenta anos

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

DESTA VEZ A FALCATRUA PETISTA É NO INSTITUTO BRASIL: O NOME DA ONG NÃO PODIA SER MAIS APROPRIADO


Ao rever hoje nas páginas da VEJA esse novo escândalo que se processa na BA acusando essa canalha cínica que pede voto ao povo com a deslavada cara de “honesto", supondo mais uma vez que a Dilma está mergulhada até o pescoço nesse mar de lama.

Parabenizo aos investigadores e à coragem da denunciante Dalva Sele, presidente da ONG Instituto Brasil, por trazer ao público mais uma maracutaia petista que poderia continuar no desconhecimento da massa. 

Não é possível aceitar sem revolta esse estado de coisas depois do Mensalão e Petrobrás cujo caixa foi esvaziado por mãos muito mais poderosas que jogam pedras e as escondem. Se não houver manipulação das urnas, acredito, eles terão a resposta merecida e o Brasil ficará livre dessa quadrilha.

sábado, 13 de setembro de 2014

SERRA PELADA: A LENDA DA MONTANHA DE OURO


Na década de 80, no coração da floresta amazônica, 115 mil homens garimparam 100 toneladas de ouro, carregando nas costas uma montanha de 150 metros de altura. Hoje, Serra Pelada se transformou num lago de 150 metros de profundidade, cercado por miséria, disputas e lendas. A aventura da maior corrida do ouro do século XX, e a segunda maior concentração de trabalho humano depois das pirâmides do Egito, é uma história que não acabou de ser contada. E, embaixo de tudo, tem uma laje de ouro.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O OUTONO DO PATRIARCA

Depois de ler o excelente “Honoráveis bandidos”, de Palmério Dória, lançado em 2009, tive
uma certeza: o livro, cujo título aproveita expressão usada por Karl Marx mais de um século atrás, teria consequências na esfera judicial. Se seu conteúdo fosse verdadeiro, não haveria como integrantes do clã Sarney,a começar pelo chefe, não irem parar na cadeia.
Se fosse falso, Palmério Dória não escaparia de uma condenação.
Nada aconteceu. O livro chegou a estar em segundo lugar, durante algumas semanas, na lista dos mais vendidos, mas tudo parou por aí. O único incidente maior foi a tentativa frustrada de impedir, por meio de capangas, o lançamento da obra em São Luís. Sarney negou que tivesse responsabilidade pelo acontecido.
Nestes dias, quando ele anunciou que não mais se candidataria a um cargo público, me veio à cabeça outra obra, “O outono do patriarca”, do genial Gabriel Garcia Marquez.
História de um personagem que, em alguns momentos, lembra Odorico Paraguassu, de Dias Gomes, o livro de Gabo narra uma absurda história de um ditador solitário num país imaginário no Caribe. Ele estava no poder há tanto tempo que nem se sabe quanto e tinha uma idade entre 107 e 232 anos.
Pois Sarney se assemelha tanto a Odorico, como ao patriarca de Gabo. E fez do Maranhão um palco para o realismo fantástico digno de uma Macondo.
Em 1954, há 60 anos, portanto, tentou uma cadeira de deputado federal pelo Maranhão, tendo ficado como suplente. Na eleição seguinte, em 1958, conseguiu eleger-se para a Câmara, tendo sido reeleito em 1962. Embora filiado à UDN, apoiava o presidente João Goulart, exercitando já naquela época uma incomensurável vocação para o adesismo.
Com o golpe em 1964, fez todos os malabarismos possíveis junto aos militares para evitar a cassação de seus direitos políticos. A bajulação teve resultado e ele manteve o mandato. Manteve Um ano depois, já fervoroso adepto da ditadura, foi eleito governador do Maranhão. A partir de 1970 foi senador.
Na ditadura foi durante longos anos presidente do partido que a dava sustentação parlamentar, a Arena. Era o principal porta-voz, no Congresso, dos militares que tinham usurpado o poder. Quando a ditadura começou a fazer água, bandeou-se para a oposição, juntamente com Antônio Carlos Magalhães e outras figuras de triste lembrança.
Em troca dos votos da dissidência da Arena que deu origem ao PFL no colégio eleitoral que escolheu o sucessor do general Figueiredo na Presidência, conseguiu o cargo de vice na chapa de Tancredo Neves.
Com a morte deste último, a Presidência da República caiu-lhe no colo. Fez um governo medíocre, conquistando o merecido título de campeão da inflação, que, nos 12 meses de 1987, chegou ao índice recorde de 366%.
Deixou a Presidência e voltou ao Senado, tendo estado na linha de frente no apoio a todos os governos que se sucederam, com a exceção do de Fernando Collor, que, com seu estilo destemperado, o classificava de “ladrão” no rádio e na TV. Hoje os dois são aliados.
Apoiou Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula. E apoia Dilma Roussef. Quando esteve ameaçado de perder a eleição no Maranhão, estado que seu clã controla há 60 anos e tem os piores indicadores sociais do país, transferiu o domicílio eleitoral para o Amapá. Conseguiu manteve um lugar no Senado. Desnecessário dizer que mal visita o estado pelo qual se elegeu.
Sua decisão de se aposentar é uma notícia alvissareira. Ele é um legítimo representante do que há de mais atrasado em nossa política.
Que descanse em paz.
Wadih Damous é presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio  de Janeiro

Serra Pelada: Uma ferida aberta na selva


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

SERRA PELADA, A LUTA QUE NUNCA ACABA

Cada pessoa tem seu ponto de honra de orgulho capaz de deixar fixado na história da própria vida. Juscelino de certa feita foi instado por D. Sara para dizer de que mais se orgulhava o grande criador de Brasília. Com a característica franqueza e simplicidade de sua mineirice Juscelino respondeu:'_Sara, o maior orgulho que carrego é ter passado pelo governo e em todas as etapas do caminho ninguém entrou na justiça contestando um ato meu!"

O mesmo não poderá ocorrer com Lula e Dilma Roussef por

exemplo, tendo em vista o problema de Serra Pelada. Temos que formar uma frente ampla afim de questionar o porque daquela jazida ter sido negociada com firma estrangeira já com as pernas bambas na falência e carregando  o pomposo nome da Colossus, repassando à empresa os direitos de extração da lavra mineradora. 
Que colossus de falcatrua está por detrás disso senhores e senhora? 

Como pode o Executivo atropelar decisão do Congresso Nacional, única instituição que reconheceu o direito do garimpeiro dentro dos 900 hectares que rodeiam a jazida? Ao tempo de desgovernança de Lula a Dilma, a canalha do partido dos trambiqueiros P.T faz o que quer com que o que não lhes pertence e acha apoio. E tem a pachorra de se colocar em reeleição agora!

Reafirmo que 32.000 garimpeiros foram aquinhoados pela Receita Federal com o Certificado  de Matrícula de Garimpeiro (C.M.G), registro esse que servirá de alicerces às reivindicações da massa. A COOMIGASP - sempre em luta pelo direito de seus associados, ao longo das décadas, enfrenta as dificuldades e atropelos a que são vitimados os garimpeiros. Chega de silenciar, sobre nossas batalhas! O Brasil continental não poderá ficar a mercê de grupelhos irresponsáveis e inconsequentes para colocar ouro na mão de estrangeiros, na expectativa cifra de 1.700 mil toneladas nos dois filões, fora outros minerais. 

As negociações com a Colossus, tiveram a influência direta do agora ministro de Minas e Energia Edison Lobão que também tem muito a esclarecer. Do grupo de Sarney, Lobão terá que explicar aos conterrâneos, garimpeiros maranheses, o preço da traição ao eleitorado fiel, até que possamos desarneyar o país compromissado com o futuro de nossos netos e bisnetos! 

O Blog Garimpeiros das Palavras precisa ser ampliado no grito de alerta indo de casa em casa acordando as consciências  adormecidas que acreditam nesse esquema petista de dar as migalhas ao povo e a riqueza aos "companheiros", portanto, longe estão da consciência limpa e os exemplos de dignidade de Juscelino.

Que Deus nos  ilumine para achar o caminho da justiça!

Hélio Schiavo

Trovando para o período pré-eleitoral

A oposição no país está bem reduzida e fraca
Perdendo de vez  a moral para gritar contra o  poder
Recheado pelo monte perdedor da gente babaca
Prega no deserto também com a condição de nada fazer!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Reflexões de um velho garimpeiro



Estamos a poucos dias da eleição presidencial no país e isso me traz um estado de reflexão de como será a coisa. Pelo andar da carruagem longe de querer ser pessimista ou futurista enxergo uma situação muito grave para o país. Provavelmente a bancada evangélica poderá vir a ser a mais potente do Congresso. As chamadas reformas sociais: Política financeira e outras não vão trazer dias tranquilos. O Código Penal está ultrapassado e as lideranças congressistas não se preocupam com isso nem se quer em punir o menor infrator que mata por aí afora desmesuradamente.  

A reforma agrária foi prometida no discurso de posse desse pulha chamado Lula, hoje envolto no escândalo da Petrobrás. Ninguém fez e nem fará a não ser tapear o povo atrás de voto. Sendo o país essencialmente agrícola, a reforma agrária, o Código Penal, as reformas tributária, eleitoral, social e por ai afora já deveriam estar concretizadas. 

Insisto em dizer, que entendo o povo sendo sempre enganado e puxado pelo beiço igual jumento. Aliás, esses animais, “uma raça em franco processo de extinção mais útil ao povo que os políticos”. 

Não duvido que um embate feroz está chegando por aí fedendo a carniça. Os países que nos rodeiam estão em melhor situação que esse continente de incertezas, onde pisamos carregando o lema: Desordem e Retrocesso. 

Custa-me crer que a Petrobrás, cujo legado foi a morte de Getúlio Vargas, tenha sido saqueada por essa gente que tem o descaramento de prometer e não cumprir, usando o microfone para ludibriar as massas. Aqui em Vitória da Conquista, o prefeito do PT "privatizou" o hospital Esaú Matos, já decretando a ineficiência do hospital da Santa Casa, com uma dívida de oito milhões, que segundo rumores, anunciam que poderá vir a encerrar as atividades do pronto-socorro. Nessa hora o povo não é visto e nem consultado nas manobras reais da maracutaias. 

No meu entender, aquilo que é feito para o povo é sagrado, não cabendo uma ação individual! Uma ação desse porte tem que ser cobrada na urna, senão viveremos amarrados na pecha de que: manda quem pode e obedece quem tem juízo. Porque o povo é um elefante deitado que não sabe da força que tem. 

Vou repensar toda situação política que nos envolve, para não fazer papel de bobo. Acredito que você deve estar pensando o mesmo que pensei, em medir nos meus alfarrábios de eleitor cansado de dar emprego e contracheque a quem não merece no peso de quase oitenta anos. Pense nisso na hora em estiver na urna, porque ao emitir seu voto, estará comprando ingresso para o circo, onde é o palhaço é quem vai rir de você. Depois não fale que não avisei.

Vitória da Conquista, 10 de setembro de 2014

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Trovando para um mensaleiro


Será que o Zé Dirceu vai continuar no xadrez?
Tem dez anos que espero que isso aconteça 
Pelo  muito da molecagem que ele então já fez
Quando abraçou  o poder perdendo a cabeça!




















domingo, 7 de setembro de 2014

Serra Pelada: acordos, corrupção, burocracia e esperança. O que realmente acontece no outrora maior garimpo de ouro do mundo?

Em janeiro de 2010, saiu a primeira nota comunicando que o presidente Lula, acompanhado da Ministra Dilma Rousseff e do Ministro Edison Lobão iria desembarcar em Serra Pelada, para lá, na presença de vinte mil garimpeiros, entregar o Alvará de lavra de Serra Pelada. Na época, o evento estava marcado para acontecer durante o mês de fevereiro, pois a Coomigasp aguardava tão somente a aprovação do Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) pelo 5º Distrito do DNPM do Pará.
A tão sonhada licença para exploração do garimpo só seria expedida em 26 de abril de 2010. Aparadas ainda algumas arestas burocráticas, a data da visita de Lula e comitiva ao garimpo foi, novamente, marcada para o dia 7 de maio.
Um dia antes da data marcada para a visita do presidente e comitiva ao garimpo de Serra Pelada, ela foi cancelada. A burocracia nos trâmites para a concessão do Alvará de lavra teria sido o motivo do cancelamento.
A entrega do Alvará foi feita sem a presença do presidente, que mesmo estando a pouco mais de 100 km do garimpo, quando de sua visita ao município de Marabá, não se fez presente em Serra Pelada. À época, a assessoria presidencial alegou o curto tempo na agenda para o cancelamento. Lula esteve em Altamira, onde um forte aparato repressivo impediu as  pouco mais de cinco mil pessoas que foram recepcioná-lo de se aproximarem do popular presidente, depois, em Marabá, inaugurou um lote vazio onde futuramente será construída uma Usina de Aço pela Vale. Mas esse é outro tema.
Algo de muito estranho estava escrito nas entrelinhas dessa visita à Curionópolis. A concessão que Lula entregaria, não aos garimpeiros, mas a uma empresa estrangeira, parceira da Associação dos garimpeiros de Serra Pelada, e que por força de um acordo seria a detentora da lavra, estava ainda envolvida em embaraços burocráticos e, apesar de anunciado, ainda não havia sido liberada, só acontecendo após forte pressão de Edison Lobão e da governadora Ana Júlia.
O palanque para Lula e comitiva estava montado em Curionópolis e a visita do presidente era data como certa. Agentes da PF circulavam pela cidade, convites foram enviados e tudo seguia o seu rumo. Até que, poucas horas antes da data prevista, a visita de Lula aos garimpeiros foi abruptamente cancelada da agenda presidencial.
Na semana passada o Estadão noticiou o envolvimento do senador Edison Lobão em um suposto esquema de favorecimento à Colossus, empresa que tocará o garimpo em consórcio com a Cooperativa dos garimpeiros.
Essa denúncia me fez refletir e chegar a seguinte conclusão: se o Palácio do Planalto tinha ou não conhecimento dessa investigação?, só o tempo dirá. Se o ministro Lobão, ora acusado pelo Estadão de montar um esquema político e de financiamento de campanha, tem ou não culpa, só as apurações dirão.
O certo, é que dezenas de milhares de garimpeiros aguardam o desenrolar desse imbróglio que se tornou a reabertura de Serra Pelada. Para eles (garimpeiros), que tem a esperança como maior virtude, o importante é que os trabalhos recomecem. Já para os poucos garimpeiros que até hoje vivem no garimpo, em situação que pode ser considerada de sub-humana, saber realmente o que está acontecendo, quais e que tipo de acordos foram feitos é, no momento, mais importante que a busca pelo precioso metal. 
Essa novela que se tornou a reabertura de Serra Pelada, agora envolve, além da esperança do garimpeiro de ver algum lucro advindo daquele rico garimpo, política, política e política. Triste sina, a do garimpeiro!


CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE SERRA PELADA


O maior garimpo à céu aberto do mundo, Serra Pelada, aconteceu pela descoberta de pequenas pepitas de ouro quando um agricultor foi banhar-se em um córrego e como não havia maquinário na região, logo comunicou à seu patrão, dono das terras, e sem conhecimento dirigiu-se a cidade de Marabá onde se constatou que realmente o agricultor encontrou ouro no pequeno riacho. Isto foi o estopim para a grande corrida ao ouro.

Serra Pelada é uma história surpreendente que se iniciou quando o primeiro foco de ouro foi descoberto e logo após houve a intervenção do Governo Federal alegando que iria colocar "ordem" no local, haja visto o grande numero de pessoas que vieram em busca do ouro, um sonho vivo que havia em cada aventureiro, que na grande maioria não foi realizado, muitos do Brasil e tantos outros do exterior.
Aventureiros que abandonaram a família, seus bens, mas com muita fé, coragem, ambição e até arriscar a vida para enriquecer na corrida do ouro, sem saber que outros almejavam somente o poder.

Em meados da década de 70, no estado do Pará, houve uma invasão por colonos entre as cidades de Marabá, Conceição do Araguaia, Serra das Andorinhas onde se descobriu o ouro e a grande corrida deu-se inicio. Colonos e garimpeiros de todas as partes foram para lá em busca do ouro.
Nesta ocasião foi permitido pelos políticos esta extração, com objetivo de protejer o proprietário das terras.
No Morro da Babilônia foi descoberto as primeiras pepitas de ouro, o que despertou interesse pelo Governo Federal, Vale do Rio Doce e o Departamento Nacional de Produção Mineral, o desespero levou por muitas vezes a tentar tirar os garimpeiros que já chegavam à mais de 20 Mil homens, razão pela qual não tiveram êxito e vários conflitos ocorreram.

Todos os dias mais e mais pessoas chegavam à Serra Pelada, na década de 80, principalmente da região nordeste, pois as notícias sobre o ouro corriam rápido, homens que na maioria analfabetos, desempregados, mas também haviam padres, advogados e outros profissionais que largaram tudo para aventurar-se na Serra Pelada na esperança de voltarem para casa ricos, encontrar ouro éra o único sonho. Muitos migraram de outras partes do Brasil.
Diz-se que em aproximadamente três meses já havia 25 mil homens em Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, em meio à floresta Amazônica, vegetação cerrada (o que deu origem ao nome Serra Pelada).

Cada trabalhador, nesta época, tinha espaço de 6 metros quadrados, ao qual cada um sabia seu lugar.
Não era permitido entrada de mulheres, de armas, bebidas e até mesmo jogos, loterias, etc., a única coisa que havia alí era o trabalho de minerar ouro.
Mas nas cidades de Marabá e Paraupebas, ao redor da Serra, havia de tudo, prostibulos (lugar preferido dos garimpeiros), comércio ambulante onde se encontrava tudo.
Aos arredores de Serra Pelada havia cerca de duzentas casas de prostituição. Nos finais de semana os garimpeiros gastavam muito dinheiro para seus prazeres e necessidades de sobrevivência.
Nestas casas de prostituição ocorriam muitas brigas, muitos garimpeiros bêbados também frequentavam o lugar ocasionando até mortes, mas as mulheres que trabalhavam nestas casas inclusive os cafetões enriqueciam da noite para o dia às custas dos garimpeiros.

Durante imensos conflitos e desavensas já se tinha cavado em plena Amazônia um buraco gigante, com profundidade comparado a dois estadios do Maracanã. Não havia saneamento básico nenhum, não tinha infraestrutura, muitas doenças, como a malária, DST e vários acidentes fatais.

Com diversos conflitos acontecendo o Governo enviou técnicos da Vale para persuadir os garimpeiros do perigo de vender o ouro de "forma ilegal". Em 15/05/80 foi criada oficialmente a zona de garimpagem em Serra Pelada. O governo montou infraestrutura para garantir as necessidades dos garimpeiros. O ouro minerado pelos trabalhadores era comercializado através da Caixa Econômica Federal e repassado para o Banco Central do Brasil onde era processado o refino e depósito.

Durante o período de 1981 à 1983 inumeras tentativas de retirar os garimpeiros por parte dos geólogos da Vale do Rio Doce e do Departamento de Produção Mineral sob alegação de que o garimpo poderia desmoronar, mas de nada resolveu, pois a pressão dos garimpeiros foi maior do que os interesses da Vale em extrair o ouro de forma mecanizada. Nota-se que naquele período havia grande massa de eleitores na região e os interesses já não ficavam apenas no social.

A pressão para que os garimpeiros saissem do garimpo de Serra Pelada, era intenso, mas os trabalhadores prometiam resistir a qualquer custo para ficarem no garimpo. Foi então que surgiu o deputado Sebastião Curió, que apresentou projeto que permitia dar continuação a garimpagem em Serra Pelada. O tenente Sebastião Rodrigues de Moura, conhecido como Curió, diz-se ser homem de confiança do então presidente João Batista Figueiredo.

Cerca de 72 mil homens entraram na Serra Pelada sem concentimento da Polícia Federal nesta época, muitos eram pegos e devolvidos para sua cidade, mas eles incansavelmente retornavam até conseguir a "carteirinha" de autorização emitida pela Receita Federal, sob vigilância do Sr. Curió, que era aplaudido pelos garimpeiros por conseguir a citada carteirinha.

Os garimpeiros tinham que obedecer as ordens do Sr. Curió, caso contrário seriam expulsos do garimpo, que até montou um palanque onde dava as ordens no final das tardes, inclusive era obrigatório cantar o hino nacional no asteamento e arreamento da bandeira nacional, ali o regime éra outro.

Nesta época não mais se houvia tiros durante a noite. Com a intervenção do Sr. Curió tudo parecia "mais calmo", éra de interesse do governo colocar um representante ali, pois a região oferecia grande potencial em ouro e também impediria o contrabando.
Curió fez dos garimpeiros de Serra Pelada seu "exercito", todos lhe obedeciam com rigor temendo punições e até mesmo a expulsão do garimpo, o que ninguem queria no momento, pois a esperança de mudar de vida estava ali, no ouro.
Os movimentos dos garimpeiros eram controlados por policiais federais e militares.

Havia também os "proprietários" de cada parte do garimpo, que comandavam os trabalhadores daquela determinada área.
Já não precisava sair do garimpo para vender o ouro, pois na própria Serra Pelada havia o local para se vender o ouro.

Nesta data o presidente veta este projeto e deixa sob a responsabilidade do Congresso Nacional.
Já então o Departamento de Produção Mineral havia aprovado um relatório a favor da Vale do Rio Doce na exploração do ouro em Serra Pelada.
Diante tantas confusões, desacordos, perguntas sem respostas, e sob pressão o presidente da República envia ao Congresso Nacional um decreto que autoriza a União pagar a Vale do Rio Doce R$ 7 Milhões para manter os garimpeiros na Serra, haja visto que a Vale alegava ser de sua propriedade a área de mineração de ouro.

O geólogo Francisco A. B. de França envia em 03/1984 um documento ao Ministro de Minas e Energia, então Dr. César Carls alegando que a área do garimpo em Serra Pelada estava fora do limite territorial da Vale do Rio Doce.
Imediatamente a Comissão de Mineração de Minas e Energia da Câmara dos Deputados fez uma "emenda" alterando o decreto inicial, ampliando a àrea, incluindo nesta a àrea destinada à exploração de ferro.

Mais dois anos se passam com muitas incoerências entre Caixa Econômica Federal, políticos e quase intervenção do FMI, a fim de verificar a venda de sobras de ouro, paládio, prata e outros metais preciosos que foram vendidos pelos garimpeiros logo no começo do garimpo.

A Vale do Rio Doce, em 1996, quis mudar o garimpo para um nova localidade, dando o direito de posse e benfeitorias para quem fosse à um novo garimpo denominado Projeto Serra Leste, de onde se iria extrair o ouro. Mas os garimpeiros rejeitaram a oferta e até interditaram inúmeras vezes o acesso à este local, impedindo os trabalhos de sondagens pela Vale do Rio Doce.

Durante dois anos a Vale do Rio Doce, o Departamento Nacional de Produção Mineral, tentaram várias vezes tirar os garimpeiros da região sob alegação de que não havia mais condição de se extrair ouro manualmente, somente com máquinas apropriadas. Houve muitas mortes com acidentes de desmoronamentos.
Diz-se que "alguem" quebrava as bombas d'água prejudicando a exploração do ouro o que ocasionava mais acidentes.
Quando não tinha mais condições de explorar a cava principal, com 10 mil metros quadrados de profundidade, em 1983 o governo desembolsou 2,4 milhões para fazer uma obra que impediria muitos acidentes. Estava chegando ao fim o tempo do "General" Curió, pois sabia que a Vale iria se apossar da extração total do ouro.
Lançou-se como candidato a Deputado Federal no Pará, mas um novo coordenador está em seu lugar, o Cel. Santos. Eleito Deputado seu primeiro ato foi, juntamente com os garimpeiros, tentar impedir o Governo de fechar o garimpo e entrega-la para a Vale do Rio Doce que então iria colocar seu maquinário. Queria condições adequadas para o garimpo manual. Foi então que apresentou seu projeto que adiava o fechamento do garimpo. Vetado pelo Presidente, mas sob pressão para o problema para o Congresso que aprova por mais 5 anos a extração do ouro por parte dos garimpeiros em Serra Pelada.
Curió, orientado pelo Ministério de Minas e Energia, conseguiram criar um orgão em defesa dos direitos dos garimpeiros.

Criou-se a Delegacia Regional do Sindicato Nacional dos Garimpeiros, para defesa dos direitos dos garimpeiros, em Marabá. Também havia o Sindicato Nacional dos Garimpeiros no RJ.
Estes sindicatos atuavam em denunciar o Governo Federal que dava poderes a Vale do Rio Doce.
Em Dezembro de 1983 fundou-se a Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada, a COOGAR, lançada pelo Sr. Curió para que os garimpeiros se tornassem independentes. Na ocasião o governo concordou em colaborar e em 1985 libera verbas para obras necessárias em Serra Pelada, para o rebaixamento da cava principal, mas em 1986 vários acidentes ocorreram e o governo acusou a Cooperativa dos garimpeiros pelos acidentes. Na ocasião a Polícia Civil interditou a área que já se tornara impossível para o trabalho de garimpo. Revoltados, os garimpeiros incendiaram alojamentos da Polícia, inclusive o prédio de sua Cooperativa, pois havia suspeitas de corrupção e desvio de dinheiro.

Como podem notar até então, através de dados colhidos pela internet, livros, recortes, etc., juntam este "quebra-cabeça" que precisa ser revisto, finalizado, averiguar se foram fatos reais bem como ordenar os textos expostos aqui, que por falta de tempo, não fiz um resumo adequado.

Serra Pelada foi marcada por diversos interesses, seja de multinacionais e políticos, pois alí se encontrava diversos minérios, e o mais importante: O ouro.
Uma pequena minoria enriqueceu em Serra Pelada, "intermediários", empresários, etc., mas milhares de homens se empenharam nesta jornada, impulsionados por "notícias" que se achava muito ouro aqui e acolá e muitos garimpeiros ficaram ricos, pois encontraram grandes pepitas de ouro facilmente.

Em 18/09/1983 um garimpeiro, Júlio de Deus Filho, encontrou a maior pepita de ouro do Brasil, pesando cerca de 62 Quilos, terceira maior do mundo.

O Brasil tornou-se famoso na extração do ouro manualmente, sem auxílio de máquinas, graças à Serra Pelada, que em 1983 já produzia cerca de uma tonelada de ouro mensalmente.
Mas o principal fato é que na verdade Serra Pelada foi marcada por decepções, acidentes, tragédias e apenas uma minoria enriqueceu. Só restou um gigantesco buraco contaminado por mercúrio, embora que relatos acusam que a Serra ainda possui grande quantidade de ouro.

Após 20 anos de debates Serra Pelada volta aos noticiários, agora a mesma Cooperativa dos garimpeiros em conjunto com a Colossus Minerals (canadense), promete voltar em cena, mas agora com máquinas modernas, empregados registrados na forma da lei.
Novas esperanças... Ou será novas intrigas? 

fonte: Como investir em ouro

flexaSe Você tem algo à acrescentar sobre Serra Pelada, fique a vontade para colaborar. Acrescente nos comentários suas colaborações ou mande material para publicação enviando um e-mail para helio.schiavo1@gmail.com

sábado, 6 de setembro de 2014

SERRA PELADA: O INÍCIO

Descoberta das pedras de Karajás



Firmino Gonçalves Vieira março de 1.960 descobre os afloramentos de Karajás.

1959 - Em fevereiro, na companhia de seu genro Geraldo Cordeiro, empreendem uma viagem subindo o rio Itacaiúnas por 8 dias, chegando à foz do rio Branco ( atual Parauapebas ) adentrando por este rio mais 3 dias, atingindo o local denominado Cachoeira da Coleta.

1959 - Em março estabelece residência no local com o nome “Sítio Rio Branco”.

1960 - Em março, com Raimundo Carvalho e José Dias Carneiro após caminhada de 4 dias no rumo oeste nas fraldas das serras ali existentes , encontram grande quantidade de minérios, que eles não sabem identificar, são recolhidos e levados para o sitio Rio Branco, viagem esta repetida nos meses seguintes até encher um cômodo de sua residência.

1960 – Outubro, leva amostras para Marabá onde as apresenta ao prefeito Nagib Mutran, ao presidente da associação dos castanheiros, Plínio Pinheiro, secretário da prefeitura Augusto Morbach aos srs. Joaquim Queiroz e Antônio Sampaio, este último enviou amostras para o Rio de Janeiro. Também recebeu amostras Antônio Ferrari.

1.962 - Firmino segue para Belém com amostras levadas ao museu Emílio Goeldi, e escritório da empresa ICOMI, foi também ao Governo do Estado pois o mesmo prometia recompensa a quem descobrisse minerais no Pará. Foi ignorado por onde passou. 

Ao retornar ao sitio sofre grave acidente e retorna a Belém com a perna gangrenada, sofre amputação da mesma.
Durante sua convalescença na capital recebe a notícia de uma expedição da CODIM que o procurou no sítio Rio Branco realizando pesquisas e coletando amostras, seu filho Ezequias e Valdivino foram mateiros (guias) dessas expedições. 

1964 - Durante o ano assumiu as pesquisas a empresa MERIDIONAL usando o barco BACORITI pilotado por João Alves de Lima o “mão lavada”

1967 – A MERIDIONAL faz pesquisas no Castanhal do Cinzento com os geólogos Blenas (Breno) e Ritas , também na cachoeira do Pilão, Sítio das Palmeiras pela firma CODIM

Ver também
jornal OPINIÃO, Ed. 10/11 de abril de 2.008, Caderno Cidade pg. 4
Jornal FOLHA DO NORTE, já extinto, do dia 2 de janeiro de 1.978

Aqui inicia-se a istória da descoberta de Carajás.
Serra Pelada, o início

•Em 1974, através do alvará de pesquisa 74.509/74, prorrogado em 76, e emitido Relatório Final de Pesquisa em 1977, o denominado CONJUNTO SERRA LESTE foi identificado com potencial de exploração de 30 anos, para ferro, daí sua inviabilidade econômica pois nas localidades N-1 a N-5, estava em implantação o projeto Karajás, com potencial de exploração de 500 anos.

Pelo Código de Mineração Brasileiro, após o Relatório Final de Pesquisa, o solicitante do alvará de pesquisa deve requerer o alvará de lavra, o que não aconteceu.

Com o citado Relatório Final de Pesquisa, assinado pelo geólogo da AMZA/DOCEGEO Dr. Carlos Neto, arquivado no DNPM em Belém em 1977, a União retoma automaticamente a posse da área.

Em meados de 1979, a data precisa só poderá ser confirmada pelos filhos/herdeiros do Sr. Genésio, que se recusam a dar qualquer informação a respeito, foi achado por um garimpeiro que trabalhava na fazenda 3 Barras, em uma cacimba feita pelo mesmo, pepitas que foram levadas para Marabá e entregues ao sr. Genésio.

O sr. Genésio levou para o local, faz. 3 Barras, cerca de 30 homens que trabalharam no leito da grota, que veio a ser chamada ‘Grota Rica’, até que a notícia vazou, nov/79,jan/80.

Em fev/80, o sub-oficial reformado da aeronáutica Alberto Vaz Pinho segue p/ Belém onde em consulta no escritório do DNPM verifica que não existe qualquer requerimento de pesquisa de ouro no local, retornando a Marabá recomenda ao sr. Genésio que o mesmo vá a Belém, munido de identidade e cpf, e registre a ocorrência de ouro em suas terras garantindo ao mesmo 1% de todo o Au retirado do local. (equivalente ao imposto único sobre minerais, conforme Código de Mineração vigente ). O que o sr. Genésio fez ‘troça’, já que o mesmo estava recebendo até 20% como pedágio dos garimpeiros, porque ele deveria registrar e receber ‘apenas’ 1% ?

A Docegeo registra no DNPM em Belém, no dia 15 de maio de 1980 a ocorrência de Au na área da faz. 3 Barras.

•Este registro é anexado ILEGALMENTE ao alvará de pesquisa JÁ CADUCADO 74.509/74.


... a ilegalidade

No início de 1980 pousa em Serra pelada uma ave de mau agouro, que era conhecida por ações de retomadas de garimpos ‘na marra’ na região de Maués-AM e Itaituba-PA e durante a guerrilha do Araguaia, pessoa conhecida pela alcunha de Dr. Luchini.

Ao verificar a impossibilidade física de cumprir a ordem ilegal do DNPM,de dar posse do subsolo da área a técnicos da Docegeo, que acompanhavam a equipe, e notificar por documentos o sr. Genésio e por medo das consequências que adviriam se revelasse sua real missão naquele local, mudou por conta própria suas diretrizes, no que foi posteriormente severamente admosteado pelos superiores em Brasília (No popular: levou uma mijada do então presidente Figueiredo)

Conforme a revista Veja datada de 11/06/80, pg. 79, quadro “O mapa da mina”, consta que na intervenção das autoridades federais foi tomado do sr. Genésio 14,5 quilos de ouro extraídos sem licença.

O Início da formalização da ilegalidade

Em 27 de dezembro de 1.983 foi fundada a COOGAR, Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada, onde “sine qua non” para ser associado o garimpeiro deveria portar a sua carteira CMG, Certificado de Matrícula de Garimpeiro, documento este impresso na CASA DA MOEDA DO BRASIL, emitido pela Secretaria da Receita Federal em PAPEL MOEDA com a marca d’água ‘BANCO CENTRAL DO BRASIL’, sem este documento legal nenhuma pessoa poderia arvorar-se garimpeiro.

Em 11 de junho de 1.984, publica-se a lei nº 7.194/84 (DOU 13/06/84) que destina 100 há. à COOGAR. JUCEPA NIRE n°15.400.000.574 - 20/06/84 CGC/MF nº 05.023.221/0001-07

Julho de 1.984 – O INCRA por meio da AF nº 3.574/74, autoriza a COOGAR a explorar o garimpo de Serra Pelada, afirmação que pode ser observada na defesa da CVRD, que em sua pg. 3 afirma “..isso porque a COOGAR, foi a Cooperativa anteriormente criada para administrar os trabalhos de garimpagem – art. 4º,§ 1º, da lei 7.194/84, donde os garimpeiros a ela vinculados, e somente eles, tinham autorização legal para a exploração do garimpo de Serra Pelada.

Em 15 de dezembro de 1.988 – Mudança de denominação para COMGASP.

18/07/89 foi sancionada a lei nº 7.805, (DOU 20/07/89) que em seu Art. 22 – Fica extinto o regime de matrícula de que trata o inciso III do artigo 1º e o artigo 73 do Decreto Lei nº 227, de 28/02/67, com o intuito claro de;

EXTINGUINDO-SE O DOCUMENTO (CMG), EXTINGUE-SE AUTOMATICAMENTE O DIREITO DO GARIMPEIRO.


PROCESSO nº 813.687/89 – 5º Distrito-DNPM

...... destaques.

Em 19/07/89 a COMGASP, CGC/MF nº 05.023.221/0001-07, requereu ao DNPM duas áreas conforme processos nºs. 850.355/89 e 850.356/89, micro-filmes nºs. 294.140 e 294.141. no primeiro processo foi requerida área de 100 ha. e no segundo mais 750 ha, no total de 850 ha.

Em 13/07/90 a COMIGASP, CGC/MF nº 34.878.587/0001-58, antes do indeferimento do pedido da COMGASP, ingressa com um pedido das mesmas áreas, processos nºs. 850.425/90 (100 ha.), 850.424/90 (750 ha).

O INDEFERIMENTO DA SOLICITAÇÃO DA COMGASP SÓ FOI PUBLICADA EM 29/12/2.000 (MAIS DE ONZE ANOS APÓS A SOLICITAÇÃO). 

RESALTE-SE AINDA QUE O CGC DA COMIGASP nº 34.878.587/0001-58, FOI CANCELADO POR VÍCIOS EM 28/06/1.990.

No mês de julho de 1.989 até as primeiras horas do dia 19 o DNPM/Belém esteve em “greve”, provocada para impedir o requerimento da COMGASP, pois esperava-se a publicação do novo Código de Mineração, que em seu texto iria impedir a cooperativa de requerer as áreas pretendidas, Lei 7.805/89, publicada no DOU de 20/07/89.

Na citada lei também foi EXTINTA a CMG, Certificado de Matrícula de Garimpeiro, como se extinguindo-se a carteira de garimpeiro extingue-se automaticamente o DIREITO ADQUIRIDO pelos seus titulares.




Autor:
Luiz Alberto Rocha Pinho, neto de João Correa da Rocha, ex presidente da Associação dos Comerciantes de Serra Pelada, em maio/82 nomeado vice prefeito de Serra Pelada, em 2003 eleito prefeito da vila do garimpo de Serra Pelada até 1986.






Jornal da Record
dia 23 de junho de 2010 21:00hs
Reportagem 'EM BUSCA DO OURO'

O sr. presidente da COOMIGASP, na certeza absoluta da total impunidade, já que é o laranja de grupos muito poderosos, que manipulam um grande contingente de garimpeiros, mal informados dos seus reais direitos, declara com todas as letras que para aprovação de Assembléias a empresa COLOSSOS patrocina centenas de ônibus e vans, que trazem milhares de pessoas com todas as despesas pagas e ainda um bônus de 100 reais por cabeça,( ele não falou do dinheiro em espécie, isto é declarado pelos que receberam o dinheiro, muito fácil de comprovar) para votarem em assembléias, que só dizem SIM, dirigidas aos exclusivos interesses da COLOSSO/VALE, como foi feito na venda de 75% dos direitos dos garimpeiros (QUE NÃO RECEBERAM NEM UM CENTAVO POR ESTAS VENDAS), a venda de 750 ha. da área ao redor da cava à empresa VALE, digo COLOSSOS, já que o site da colossos.inc consta que a VALE VENDEU PARA a COLOSSOS esta área, todas as assembléias foram feitas desta forma.

confira em http://portuguese.colossusminerals.com/investors/news_releases/

23 de novembro de 2009

Colossus Minerals anuncia Obter uma participação de 75% no Projeto Serra Pelada

17 mai 2010
Colossus Minerals Inc. anuncia a Coomigasp aprovação dos acionistas de acordos para adquirir 774 hectares de terra adicional contígua à Serra Pelada

A VALE é corretora imobiliária?

Aquela área pertence à VALE?

Para vender o sub-solo mineral para empresa estrangeira não precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional?

ATENÇÃO srs. Procuradores do Ministério Público 
Quem está sendo roubado não é apenas o legítimo garimpeiro de Serra Pelada, cerca de 62.000 brasileiros, mas o país está sendo lesado na maior mina de OURO, DIAMANTE e outros minerais valiosos, que o mundo jamais vai ver de novo.
Cadê o dinheiro da participação individual que cabe ao garimpeiro?



O TEMA ACIMA, ENVOLVENDO A MAIOR JAZIDA DE OURO E DIAMANTES DO MUNDO NÃO MERECE UMA INVESTIGAÇÃO MAIS APROFUNDADA, ATÉ UMA CPI?

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

LULALÁ E A FORÇA ... DO ENGANO!!!

Nos meandros da política acontecem fatos que temos de analisar com frieza e perspicácia. Por exemplo Lula e o seu PT, partido fundado na década de 80, tinham como base atacar os"entreguistas" e isso berrado aos quatro ventos com aquela voz cavernosa fluindo do ABC paulista. Com o passar do tempo, o "companheiro" cresceu a partir das greves que realizava em portas de fábricas atuando no concerto das massas como um "sentinela cívico" do regime vigente. Um verdadeiro salvador da pátria!

Finalmente, conseguindo seu intento, ao se tornar Presidente do Brasil, Lulalá esqueceu de tomar "memoriol" depois que subiu a rampa de Vampeta! E nesse apagão, suas teorias foram esquecidas e muita gente foi expulsa ou por senso ético se afastou do PT. Gente do quilate de Marina Silva agora substituindo Eduardo Campos - PSB na corrida presidencial, e também a ex-senadora paraibana Heloísa Helena, hoje correndo na raia do P-SOL para voltar a ser senadora. E assim com tantos outros que tiveram o desprazer de serem desprezados pelo líder salvacionista, Frei Beto que o diga! 

Realmente na cadeira do trono não cabe tanta gente e quem iria
substituir Lulalá? Afinal, o PT à essas alturas, não tinha bons quadros. Eram tempos de mensalão e muitos escândalos, foi aí que apareceu a desconhecida Dilmazia, fiel e obediente como um cão adestrado conjuminando com os interesses pessoais e partidários do grande líder. 

Na crista do escândalo, preferiu o velho torneiro numa exposição midiática lavar as mãos feito Pilatos: ele nada sabia, nada viu e tudo ignorava. Um patético jogo cênico e cínico pra tentar se
encobrir diante do grupo que desfalcava o erário nos escoadouros do valerioduto. Sob a batuta de Zé Dirceu, Genoíno, Delúbio, de João Paulo, et caterva, enfim  dos honrados mensaleiros, Lulalá encetava esforços para assegurar o Poder a qualquer custo desde que os fins justificassem os meios, tudo podia! 

Na manutenção desse status quo, sempre ancorados no discurso de vítimas do regime militar ou do sistema, Lula, os bravos e valentes petistas agora detém a faca e o queijo na mão para desfrutar as delícias do mandonismo, na base do manda quem pode, obedece quem tem juízo! Com a reeleição de Dilmazia pretendem que tudo fique como dantes nessa terra de Abrantes.

Convém, lembrar que em tempos de poderes petistas, quem ouvia o Lula contra o "entreguismo" de FHC e cia. comandando massas estudantis, e sindicais, envelheceu, morreu de desgosto ou de vergonha. Chegaram o domínio supremo com a desculpa de implantarem valores democráticos ancorados em ideias socialistas. Todavia, na verdade, o que fizeram ao chegar no poder, foi acobertar e aumentar os espaços dos interesses americanistas através do capitalismo dominante. 

Hoje, são novas técnicas de domínios da massa. Não mais portões de fábricas, mas púlpitos onde pastores inescrupulosos negociam com a fé cega de seus fiéis. Longe estão os tempos em que se pregava que na Rússia o comunismo comia criancinhas sem tempero!  Amorfa e moldável, a massa é burra e tem o privilégio de ser  puxada pelo beiço igual jumento ou conduzida mansamente como um rebanho de ovelhas.

Lá em Minas Gerais o saudoso contador e distribuidor do fórum de Ponte Nova,  Mário Nascimento dizia que: -"Quem parte e reparte e não fica com a maior parte ou é bobo ou não entende da arte!" Seguindo à risca essa diretriz do venha-nos, o PT como entreguista privatizou LIBRA mas ficou com a maior parte. Já que falamos em entreguismo, o que não entendo mesmo é o garimpo de Serra Pelada nas mãos de canadenses, gratuitamente ou aconteceu algum PF (por fora) nessa jogada suja do crime de lesa pátria onde o garimpeiro é dono mas não governa? Percebemos aqui o mesmo modus operandis que as milícias utilizam no RJ pondo e dispondo do patrimônio alheio a seu gosto e revelia. O dono paga impostos e taxas mas não detém a posse pacífica garantida nem pela justiça. Ou seja, é dono e não é dono! Pois imperam a extorsão, a injustiça e a violência. 


Assim como lá! Aqui como lá, volto a dizer, acontecem fatos que temos de analisar com frieza e perspicácia. Principalmente em tempos de pré-eleitorais como o que estamos vivendo outra vez. Passou da hora do eleitor brasileiro parar de usar a urna como roleta russa. Pense no valor de seu voto afim de não continuar sendo puxado pelo beiço nem compondo rebanho manso.

Vitória da Conquista- BA

Hélio Schiavo