Já beirando os 80, pois, nasci em 09 de outubro de 1935, nas entrelinhas dessa crônica simples, deixo o registrado que assisti hoje na TV uma notícia que me causou profundo desgosto, mas, que infelizmente, já me anunciava o desfecho há mais de cinquenta anos. A nascente do Rio São Francisco completamente seca! Que triste informação, que dolorosa constatação!
Nas minhas andanças por este Brasil imenso, incontáveis vezes, deparei-me com o trânsito indevido e incessante de caminhões carvoeiros abastecendo os fornos das indústrias. Já causava-me indignação tal ocorrência de desrespeito e descaso com a natureza. Preocupava-me sobretudo, que nesse país do descaso, as matas não seriam replantadas. De fato, gerações e gerações de brasileiros nasceram e cresceram sem terem visto repostas as árvores arrancadas para alimentar caldeiras de um capitalismo selvagem destruindo tudo à sua frente tendo no discurso do progresso a implantação de uma cultura consumista e irresponsável.

O Rio São Francisco
Encheu de verdade
Inundou nossas vilas, arraiais e cidades
Gaiola não desceu
Gaiola não subiu
Foi verdade 'Sêo' moço
Esses 'zóios' viu (2x)
Olha o velho Chicão
É costela só
Machado e judiação
Fizeram caminhos de pó
Não deixe fazer machado
Jogue fora esse facão
Pra não ver caboclo triste
Nas barrancas do Chicão
Pra não ver caboclo triste
Nas barrancas do Chicão
Jogue fora esse machado
Não deixe fazer facão
Os matos de cabeceira
Cortaram sem compaixão
Matando peixe no rio
Acabando a criação
Cuidem da ecologia
Enquanto é tempo
Meu irmão
É o Espinhaço dobrado
Na força da destruição
Por isso de peito aberto
Eu grito contra o deserto
Que envergonha essa nação
Ê,ê, ê, ê meu irmão
Espelho do velho Chico
Não retrata e vida não (repete o verso)
Helio Schiavo
Helio Schiavo
Ponte Nova, há mais de cinquenta anos
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