quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Nos tempos do Rio Antigo




Sou do tempo
Vou dizer do jeito franco
Português usava boina
Só andava de tamanco
O Rio não era como hoje essa Babel
Em cada esquina um buteco
Do Joaquim ou do Manoel
Eu ia lá tirar gosto da sardinha
Pra não perder a viagem tomava logo a braquinha
Comigo a verdde não desdenha Comecei no jardim de infância
Dos partideiros da Penha
Cabo Elpídio chapéu de chile na mão
Usava apenas bengala
Ainda dava carona
Prus bambas no camburão
Sou do tempo
De dormir com janela aberta
Ninguém andando na rua deserta
Não era assaltado não 

Ah! Sou do tempo
Que o homem era verdadeiro
Vi até Chefe de Polícia
Arriscar uma fezinha
Com S. Excia. o bicheiro
Na Rua da Relação
O tempo se foi
Essa certeza me invade
Tudo na vida é passageiro
Menos o condutor e o motorneiro
Que já seguiram no bonde da saudade

Hélio Schiavo

Vitória da Conquista, 02 de dezembro de 2008.

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