domingo, 22 de janeiro de 2012

O vexame da Comadre


Comadre Maria Verônica
Com sua falsa gravidez
Provocou cena demônica
Do início ao fim do mês
E dona justa quer saber
Como foi que ela fez...
O povo ficou assustado
Com aquele bucho estufado
Que ninguém até nunca viu...
O ultra-som confirmado
Não se furta ao bom resultado
Do silicone importado
Que sempre entope o Brasil!...


Ela criou apenas na sua imaginação
Daí surgiu a presente confusão
Gerando um estelionato escabroso
Com bom tempo de cadeia
Para não fugir da peia
Evitando violência e covardia
Pelo monte de "Maria"
Nesse crime vergonhoso
Dessa mentira que a comadre incendeia!...


Uma psicóloga estudada
Jogando com essa farofa misturada
Pensou que enganava a gente
Mas é macho quem entende de gravidez
Confirmo em bom português
Com acusação inclemente!...


Se meu compadre é frouxo
Com aquele jeitão de moxo
Por imposição do destino
Não soube fazer menino
Digo com plena ironia
Daí o "magote" de "Maria"
Com apoio do cretino
Querendo aumentar o coxo!...


Que coisa tão estranha e diferente
Mexendo com a bobeira de tanta gente
Pensando que aquilo era verdade
Mas eu que já fiz menino em penca
Quando engravidava a dona encrenca
Vi de cara -a cara da falsidade
Por isso afirmo sem medo
Que ela inventou esse brinquedo
Para extorquir a cidade!...


E agora doutor
Como é que fica
Na guela de quem vai descer a canjica
Parturiente não pode ficar na grade
Meta pois no xadrez o meu compadre
Que logo toda trama se explica!...


É lá que ele deve por obrigação ficar
Até que a galera o faça engravidar
Pela força e extensão da pica!...


Ai está minha homenagem
Pelo inusitado da bela sacanagem
De um fato que não pode repetir
Para que a figura da mãe por amostragem
Não acabe com a honra de parir!...


Se fosse gente simples lá da roça
Carregando bem cheia uma carroça
Com meninada saindo pelo ladrão
A gente não se importava desse jeito
Porque o negócio é tomar grana do prefeito
Que come ás vezes metade da pensão!...


Comadre Verônica com a benção no afiadinho
Não queira mais tanta Maria no ninho
Com a volta dessa bendita inflação
Mesmo com o aumento do salário
Ainda aparece ministro salafrário
Prá quem não existe ordem de prisão
Nem pressão de delegado!...


Maria Verônica
Se o juiz tiver juízo
Mande arquivar o prejuízo
Que a ninguém você deu
Foi uma comédia e tanto
Correndo por ai em todo canto
Divertindo e enxugando pranto
Da forma que assucedeu
Receba pois meu apoio
Na separação do joio
Do velho compadre seu!....

4 comentários:

Anônimo disse...

Achei muito bacana esse cordel ! Criativo e inteligente em sua crítica! Estarei antenada nesse blog de agora em diante!Está de parabéns seu Hélio! Lilian

sol&& disse...

Achei muito interessante esse cordel ! Muito Criativo e fez de uma situação tão seria ficar tão engraçada . Está de parabéns seu Hélio ! foi ficar ligada nesse blog de agora em diante .. Bjs e muito sucesso ... Vanessa Santos

www.educarcomcordel.blogspot.com disse...

Poesia muito criativa!
Apenas uma ressalva: Para ser cosiderado Literatura de Cordel, está carecendo de métrica e rima.
POis Cordel é escrito atendendo-se uma ordem de sextilha, septilha ou décima (com frases em setessilabas)OK?
Contudo, parabens pela criatividade.
Valeria a pena dar uma praticada em metrificação e rimas! Respeitosamente
Paulo

Manno di Sousa disse...

Excelente!