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| Retrato do ator Paulo Autran, feito pela fotógrafa Madalena Schwartz em 1999 |
Fecha-se de vez a cortina do teatro imerso na tristeza
O personagem agora é incapaz de retratar nossa amargura
É o gênio maior ali inerte rodeado de flores sobre a mesa
Enquanto se busca no tempo os momentos marcantes da criatura!
Paulo Autran então jamais terá substituto à altura com certeza
Assisti-lo no palco foi privilégio dos deuses sim quase ventura
Que esse país inculto às vezes esconde do povo essa rara beleza
Sem acabar como pensam entre alças de caixão beirando sepultura!
Lá se foi o gigante para o último ato transcendente à vida
O país reverencia grato levado às lágrimas na hora da partida
Com a caliente saudade ardendo bem mais que simples crematório!
Eternizado agora sei que Paulo Autran viajou fora do combinado
Quem sabe no andar de cima o palco ficará deveras mais iluminado
Enquanto submerjimos aqui no renagate sujo desse purgatório!
Vitória da Conquista, 12 de outubro de 2007
Do livro em preparo
Poesia, Memória e Saudade
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