sábado, 29 de novembro de 2008

Olavo o carteiro sem juízo

Olavo é irmão do padre Oswaldo e trabalhava no Correio
Vinha da Cidade para o Bairro com a bolsa cheia de correspondência
Ninguém esperava que ele fosse capaz de agir de modo feio
Pra diminuir o peso decidiu encher um buraco de cartas por conveniência

Carta de minha namorada não chegava mais e aí tive o pior receio
Já pensava até em arranjar outra por que isso me machucava a paciência
A população já andava desconfiando de maracutaia pelo meio
Por isso a campana no carteiro foi comprovada com rara eficiência

Descobri tudo e levei minha Professora Assumpção lá na beira do rio
Junto a Ponte de Ferro tinha carta de namorada, comércio, avó, amante, aderente e tio
E Assumpçao era diretora geral do correio e aí meteu sem dó a pua

Naquele tempo não existia essa porqueira de se safar com jeitinho
A solução veio logo pesando na cacunda de Sêo Olavinho
Pé no traseiro gordo que ele foi de vez catar cavaco no olho da rua!!


Helio Schiavo

PS: Do livro em preparo " Minha velha Ponte Nova", aproveito a ocasião para prestar um registro de memoráveis tempos de minha infância. Nessa poesia, tributo à minha primeira alcacoetagem, relembro a molecagem do carteiro Olavinho e a justa atitude da saudosa professora Maria Assumpção de Oliveira, minha mestra de francês na Escola Técnica de Comércio Pontenovense nos idos de 1950.

Nenhum comentário: